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Channel: Camilla Amaral
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Influência dos familiares no aleitamento materno

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Diversos estudos revelam a importância do leite humano na redução da morbimortalidade infantil, por suas propriedades como fonte de alimento, de afetividade e de proteção contra doenças. De fato, não é a toa que especialistas e órgãos como a OMS recomendam seu consumo exclusivo no primeiro semestre de vida do bebê. A questão é que algumas mães não seguem esta recomendação por conta de crenças, tabus e/ou por interferência de familiares.

O artigo publicado na Revista de Saúde Pública “Influência das avós na prática do aleitamento materno” relata que o fato de as avós, tanto maternas quanto paternas, aconselharem o uso de água, chás ou outros leites contribuiu significativamente para o abandono da amamentação exclusiva no primeiro mês. Uma das explicações, seria que mais de 75% das avós da amostra estudada tiveram seus filhos na década de 60 ou 70, época em que o aleitamento materno exclusivo não era tão valorizado, as taxas de aleitamento materno eram muito baixas, o uso de água e chás era recomendado pelos pediatras e imperava a crença do “leite fraco” ou “pouco leite”. Portanto, em muitas situações, as avós estão apenas transmitindo às suas filhas ou noras a sua experiência com amamentação, acreditando ser o mais adequado.

Por outro lado, muitas mulheres vêm assumindo o papel de chefes de família, somando-se ao de mãe, voltada para as questões domésticas como saúde e educação dos filhos nos mais variados arranjos familiares de nossa sociedade. Entre outros, talvez o principal motivo tenha sido a necessidade financeira que levou a mulher a trabalhar fora de seu lar. É possível, ainda, que as mães que tenham contato diário com as suas mães ou sogras deleguem parte do seu papel de mãe a elas, e que isso reflita em menor duração do aleitamento materno.

No Brasil, a partir da década de 80, foram propostas várias estratégias visando o aumento da prevalência do aleitamento materno, verificando-se que houve incremento nesses índices. No entanto, esse incremento não é uniforme, demonstrando que pesquisas sobre tendências locais do padrão de amamentação são fundamentais, pois avaliam os serviços e embasam mudanças e ajustes nas práticas de promoção e incentivo ao aleitamento materno.

Fontes:

SANTOS, Vera Lúcia Fugita Dos; SOLER, Zaida Aurora Sperli Geraldes; AZOUBEL, Reinaldo. Alimentação de crianças no primeiro semestre de vida: enfoque no aleitamento materno exclusivo. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 3, n. 5, p.283-291, 2005.

SUSIN, Lulie R O; GIUGLIANI, Elsa R J; KUMMER, Suzane C. Influência das avós na prática do aleitamento materno. Revista de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, v. 2, n. 39, p.141-147, 2005.



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